9.1.10



Um dia, após caminhadas e descobertas infernais, sentou-se. E repousando, sem medir tamanha discordância, deitou-se. Uma paz inexistente, tal como a palavra em si, invadiu suas entranhas, devorando seu apetite, carnalmente desnescessário. Não procurou encontrar razões, até porque, ali, deleitando-se no limbo fulgaz, não havia nada. Apenas o silencioso, furtivo, e aclamado limbo.


Um corvo o observa, sendo observado. Pousa em seu ombro. E com uma irregular afeição, talvez,

olhando em seus secos e miseráveis olhos, diz:




_ huhiuhnui8ebdk !




_ Onde está o mensageiro ?? - indaga -




_ hrehhiuiriuh79hy !




_ Concordo...




E ao voar, plena e belamente, o corvo, jogando aos ares suas indescritíveis plumas negras, recitou, algum tipo de prece, sendo ouvida apenas pelos astros mais altos.


A seguir, sentindo delicadamente sua carne perfurando, observando o absoluto plainar do corvo, foi vagarosamente sentindo os sentidos mundanos. Aqueles que se agarram ao ser, deixando apenas a fétida carne, altamente perfumada com os odores suicidais, insuportavelmente agradável.


O intragável ser. O intragável repousar...



Voa, belissimo, o Corvo.

Nenhum comentário: