29.12.10



Madrugada.


Cigarros e Absinto o acompanham...


Cachorros latem, na procura de algum salvar.


Motocicletas rasgam, mórbidas, o silêncio .


Alguns cadáveres transitam, vazios, rumo ao nada.


A chuva, junto a brisa, libera o elixir bueral. Desperta; o desejo, pelo mergulho no rio fecal.


Não há sirenes que anunciam o desgarrar terreno, apenas a saborosa tentação de um porre de sangue.


Os anjos não visitam mais e, quando vem, se pussuem.



Sorrisos.


Olhos perdidos, encontrados, em meio a lama.


Murmúrios dos que vendem fácil, o que antes não existia valor.


O girar do tambor estimula a ressurreição. Faz da solidão, a melhor das virtudes! E do ódio, o melhor dos amores...


Uma linda tela em aquarela...





A madrugada segue...




A vitrola mental, xia, King e Hendrix...


Blues...sem piedades !