9.6.10


Profundezas, sempre nos chamam. Despertam o desejo pelo salto. o maior já visto. Como se soubesse que flutuará... Flutuando. Parado ao ar, como fazem os colibris. Mas, sem asas. Sem penas. Apenas um saco de carne fétida, dependurada por uma bola oval, ociosa e sem nexo. e se saltar...e não aterrissar mais...chegar ao espaço, e tocar as estrelas...beijar a lua, e desfragmentar-se ao sol. Sem ar. No tenebroso frio espacial. Na solidão sombria e companheira ensurdecendo os pensamentos, que a essa altura, já não funcionam bem. Pensando bem, o não pensar é promissor. Esperançoso. Encorajador.

Estrelas...pontinhos luminosos. Impossiveis de se alcançar.

Impossibilidades...acompanhada da maldita ansiedade. O que foi, não volta. O que vem, quem se importa.
Uma manhã cinza. Como logo após um espirrar vulcânico. Talvez o inicío imediato de um tornado.

O desconhecido, agora, se apossa totalmente de seu corpo, fazendo-o sentir o perfume único da morte. Não há mais sol. A brisa, mutou-se para um vendaval. Deforma a face. Arranca-lhe a pele. Um vendaval! Forte como o odor sádico dos abismos.Como a fumaça do cigarro, que queima lentamente, travando o respirar. Coisas acontecem. Apenas podemos senti-las. Memoráveis. Belissimas nuvens negras. Apoderam-se da mente. Pobre e cansada. Falha. Vazia. Ocupada por vultos.

Uma compahia chega. Gélida e cortante. A chuva. Como pequeninos estilhaços de vidro. Agradável o sangue que escorre, refresca a loucura.

Vivemos pouco, procuramos muito mesmo não sabendo o que querer.

O frio chega. Malicioso e agradável.

1.6.10


Insatisfação. O mal maior. Não tão grande quanto a reciprocidade do dar. fazer. seguir.
O cubo, agora, tem três lados. ou sete. Vagarosamente, consumido pelas magnéticas ondas absmais, restanda-se apenas a escuridão, solitária e confortável. Se pudéssemos voar...e, se, pudessémos ter forças...se pudessémos viver...morrer! a saída mais plausível! mais cortante! a farpa ! o podre. a opção. o fraco. o poder. o abusado. coisas inevitáveis. inaceitáveis,e as vezes, inexplicáveis.
A lama... sangue-sugas drenam todo o sangue. Famintos! pobres vermes. saboreiam outro verme. mais viscoso.
Um sombrio relusente. como o ouro, pobre e amargo.
Sombras o rodeiam. Vultos, inconsientemente criados, ou vindos do mais profundo abismo.
Como, não ousar? não temer? como, não querer? fazer? ... o que?
Quanto mais dor...mais vida.

_ O inferno, meu caro, é vivo! a vida, tenta sempre renascer.

E o impossível, continua sendo o prato mais dolorosamente caprichado.
Saboroso, não !